Uma protagonista regrada, impulsiva, amorosa, desapegada e estagiária de psicologia. Uma paciente rebelde, que perdeu o pai muito cedo e que convive com um dom único. Um par romântico chamado Lucas e uma relação séria com a depressão.
São vários os fatores que fazem com que a história, narrada pela protagonista Rebeca, se torne especial. Em Destinos de Papel, novo livro da escritora Luciane Rangel, o foco não fica apenas na protagonista, mas no que acontece para que a narrativa faça sentido. E como tem história! A proposta do livro pode até soar comum, principalmente para quem lê romances, mas é a forma com que a autora descreve os acontecimentos - bem como os efeitos da depressão e do suicídio, e o fato de a história se passar no Rio de Janeiro, que fazem a diferença.
Aliás, preciso perguntar: livros nacionais, cenário nacional. Quantos vocês já leram?
É muito bacana quando um autor brasileiro escolhe a cidade em que vive como pano de fundo. Não só pela referência, o que torna a escrita mais realista, mas pela chance de fazer com que os leitores se interessem pelo lugar. No caso do livro, essa presença é grande, tornando a leitura fácil e tornando fácil a identificação com os personagens. Claro, existe referência ao Japão, paixão da autora, mas é uma delícia ler uma história em que até o jeito de falar reflete os cariocas.
Em suma, é um livro que encanta e que aborda de forma leve assuntos sérios e, muitas vezes, desconsiderados. É mais maduro, principalmente em relação a Tenshi, sua última publicação, mas a escrita se mantém cativante. Mais uma vez, a capa e a diagramação estão lindas e condizentes. Ah, se eu fosse beta desse livro também! ♥