A coluna Moral da História tem como objetivo trabalhar a moral de cada leitura. A cada 15 dias trago reflexões, poesias, textos ou comentários inspirados nos livros que li (nada de trechos copiados do livro), contando o que aprendi ou senti com cada história.
Semana passada comentei um poema da Ana Cristina Cesar que amo. Hoje, escolhi comentar uma de suas traduções. O motivo? Interpretar uma poesia é como abrir um leque. E o livro, que une poesia, ideias e versões, foi um leque pars mim. Primeiro, porque me identifico com a intensidade do que ela escreve, sempre tão delicada e brutal. Segundo, porque me sinto próxima a ela, por tentar escrever da mesma forma, abrindo meus sentimentos para quem quiser ler. Bom, essa é a coluna de hoje e convido vocês a interpretarem comigo:
Crisis
Does it matter
If I am so near
whether I go near
snows or dunes.
Preservation
or third degree burns.
Crise
Estou perto -
Importa
se perto de
neves ou dunas?
Conservação
ou queimaduras de terceiro grau.
É possível nos sentirmos em crise quando na natureza? Quando próximos, será que vale?
É questão de tempo até que eu entre em colapso? Isso importa, já que tudo já está?
É questão de tempo até que eu entre em colapso? Isso importa, já que tudo já está?
Vou ser atingida se não me importar, uma vez que estou tão perto?
Perguntas e respostas, possibilidades a cada verso. Em "Crise" leio uma mulher inteira, alcançando seus objetivos, embora haja algo maior em jogo. E é como se ela soubesse que não precisa, mas se importa em considerar. Quando menciona neves ou dunas, me transporto a um momento em que ela se encontra diante do objeto de desejo, do sonho. Um momento em que já não faz diferença deixar que o resto se dane.
Até que ponto vale pensar no "eu"? Se querem saber, é isso que me pergunto quando leio.
E vocês, o que leem? O que a poesia faz vocês sentirem?
Contem aqui nos comentários!